quarta-feira, 28 de setembro de 2011

EXAMES RADIOLÓGICOS NA PRÁTICA DA FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL E NEUROINTENSIVA – PARTE 3 RADIOLOGICS EXAMES ON NEUROLOGIC AND NEUROINTENSIVE PHISICOLTERAPIC PRATICE– PART 3

GLEIDSON FRANCIEL RIBEIRO DE MEDEIROS. Especialista em Avaliação Fisioterapêutica pela UFRN, Fisioterapeuta do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL/UFRN); Fisioterapeuta do Centro de Reabilitação Adulto (Secretaria de Saúde do Estado do RN); Preceptor da Residência Multiprofissional em Saúde do HUOL/UFRN. Autor do livro: GUIA ILUSTRADO DE CINESIOTERAPIA NEUROLÓGICA BÁSICA.

RAIO-X DE CRÂNIO:
No rol dos exames radiológicos, o Raio-X simples deveria ser o exame de primeira escolha em muitos casos de pacientes neurológicos, pelo fato de ser mais barato e consequentemente, mais acessível, inclusive para pacientes do SUS.
Contudo, suas imagens bidimensionais, formadas por sobreposição, não traduzem com precisão as localizações e demais detalhes anatômicos das estruturas injuriadas. Esta pobreza de detalhes alia-se à falta de domínio técnico na leitura do exame, tornando-se critérios relevantes na opção do profissional por solicitar, logo de início, exames mais complexos e detalhados, como a Tomografia Computadorizada, ou a Ressonância Nuclear Magnética.
As incidências solicitadas nos Raios-X de crânio são: Ântero-posterior (AP), Perfil e Axial, sendo que esta última pode receber nomes específicos a depender do trajeto que o raio fizer: se ântero-posterior frontal, o axial será chamado de Towne; se ântero-posterior mandibular, será denominado de Hirtz, se póstero-anerior, de Hass.
FIGURA 1: Anatomia radiológica em incidências básicas do Raio-X de crânio/face

FONTE: Do autor – Direitos autorais reservados.

O desconhecimento técnico acerca das possibilidades diagnósticas obtidas a partir do Raio-X simples de crânio leva o profissional a somente solicitá-lo em casos de traumas com fraturas. Contudo, é possível identificar muitas outras alterações radiológicas, como por exemplo, a hipertensão craniana, as assimetrias crânio-faciais e a impressão basilar.
As fraturas são os achados mais comumente diagnosticados pelos raios-x. Nos traumas sem afundamento de crânio, encontrar-se-ão traços de fratura e afastamento das suturas; caso haja afundamento de crânio, aparecerão expressões ósseas para dentro do encéfalo; pode-se observar ainda a presença de artefatos como, por exemplo, estilhaços de bala, nos casos de traumas por armas de fogo. Finalmente, as áreas de calcificações surgem na fase crônica dos traumas, nas áreas de consolidação das fraturas.
Os principais achados radiológicos da hipertensão craniana são: disjunção das suturas; impressões digitiformes e desmineralizadas na sela túrcica; dilatação ou destruição dos orifícios ópticos, dentre outros.
As assimetrias crânio-faciais também são achados comuns nos exames de raios-x, destacando-se os casos de hidrocefalia e do pneumoencéfalo, ambos trazendo como conseqüência clínica o aumento da pressão intra-craniana (PIC); da macrocefalia, com o aumento do tamanho do crânio; da crânioestenose, que consiste no fechamento precoce das suturas, podendo levar a deformidades cranianas ou à microcefalia (Diminuição do tamanho do crânio).
FIGURA 2: Derivação ventricular externa (DVE) para controle da PIC

FONTE: Do autor – Direitos autorais reservados.


Finalmente, a impressão basilar, que é radiologicamente observável quando o processo odontóide do Áxis (C2) ultrapassa a linha bi-mastoidea. Esta doença pode vir associada à síndrome de Arnold-Chiari.
Figura 3: Raio-X esquemático em incidência PA-axial, evidenciando o processo odontóide do Áxis e a linha bi-mastoidea.
FONTE: Do autor – Direitos autorais reservados.


COMPLEMENTE E ATUALIZE SEUS CONHECIMENTOS ACESSANDO REGULARMENTE NOSSO BLOG E FAZENDO NOSSOS CURSOS:

REFERÊNCIAS:


1. Galhardo, Ivanilton. Propedêutica neurológica essencial. Rio de Janeiro: Pancaster, 1992.
2. Juhl, J.H. e Crummy, A.B. Interpretação radiológica. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 1996.
3. Mello Júnior, Carlos Fernando de. Radiologia Básica. Rio de Janeiro : Revinter, 2010.

2 comentários:

  1. Olá, gostei muito do seu post,porém a minha dúvida persiste... eu inscrevi-me em um concurso no qual solicitaram raio x do crânio ap/p, porém quando fui verificar o laudo diz crânio pá/p... vc pode esclarecer se é ou não o mesmo raio x? eu terei que refazer?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Prezada.
      Na verdade são exames diferentes.
      Os Raio-x de crânio podem ser pedidos em diversas incidências: P.A – LAT.; P.A – LAT. BRETTON OU TOWNE; P.A – LAT. OBL. OU BRETTON – HIRTZ; P.A – LAT. – OBL. – HIRTZ; P.A – OBLÍQUAS; AP. – OBLIQUAS, dentre outras, a dependerem de indicações bem específicas.

      Excluir