quinta-feira, 8 de setembro de 2011

EXAMES RADIOLÓGICOS NA PRÁTICA DA FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL E NEUROINTENSIVA – PARTE 2 RADIOLOGICS EXAMES ON NEUROLOGIC AND NEUROINTENSIVE PHISICOLTERAPIC PRATICE– PART 2

GLEIDSON FRANCIEL RIBEIRO DE MEDEIROS. Especialista em Avaliação Fisioterapêutica pela UFRN, Fisioterapeuta do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL/UFRN); Fisioterapeuta do Centro de Reabilitação Adulto (Secretaria de Saúde do Estado do RN); Preceptor da Residência Multiprofissional em Saúde do HUOL/UFRN. Autor do livro: GUIA ILUSTRADO DE CINESIOTERAPIA NEUROLÓGICA BÁSICA.

Os raios-X consistem em uma radiação eletromagnética ionizante, formada por partículas chamadas quantum ou fóton, que se agrupam em pacotes de energia com um curto comprimento de onda e alto poder de penetração nos mais diversos materiais. No corpo humano, além da penetração tecidual, os raios-x produzem outros dois efeitos: estocásticos, aqueles que resultam de uma exposição crônica freqüente, mesmo que seja em baixa intensidade (câncer, mutação genética); e determinísticos, que resultam de uma exposição aguda a altas doses de radiação (morte celular, queimaduras, esterilidade, catarata).
A formação das imagens radiológicas ocorre a partir da impressão de determinado objeto, pelos raios-x, em uma chapa fotográfica especial. O corpo, ao ser colocado entre o raio e o filme, terá seus componentes gravados, em imagem bidimensional, na película. Quando se tratar de um objeto com profundidade considerável, as figuras de suas estruturas internas aparecerão sobrepostas umas às outras.  
Quanto maior a exposição do filme ao raio, mais escura será a sua marca. Assim, a atenuação dos raios-x ao passarem através de determinado material, que acontece proporcionalmente inversa à sua densidade, provoca diferenças nas tonalidades da impressão do filme. Em áreas mais densas, por onde os raios ultrapassam menos, a impressão fica mais branca; apresentando-se mais escura, em áreas de baixa densidade. Deste modo, reproduz-se, em escala de cinza e de forma verossímil, o objeto fotografado. (Figura 1)

FIGURA 1: RELAÇÃO ENTRE DENSIDADE TECIDUAL, PENETRAÇÃO DOS RAIOS-X E TONALIDADE DA IMAGEM RADIOLÓGICA

FONTE: do autor (Direitos autorais reservados)

Alguns fatores interferem na formação da imagem radiológica: espessura e densidade da área avaliada, determinando a quantidade de exposição do filme aos raios; presença de movimento durante o exame, que, similarmente a uma fotografia comum, causará um efeito de borramento da imagem, o qual pode ser minimizado com a redução do tempo de exposição do filme ao raio; dispersão, controlada por mecanismo da própria máquina; ampliação da imagem, variando conforme a distância que o alvo é colocado da fonte de raios-x; distorções das imagens, ocorrendo de acordo com o posicionamento do raio em angulações diversas.
Desta forma, para se obter uma imagem radiológica é pertinente observar, basicamente, duas técnicas: a exposição e a incidência de projeção. A primeira diz respeito à quantidade de raio ao qual a região avaliada foi exposta, geralmente usando-se determinadas estruturas em filmes anteriores como referência (Figura 2), então, a imagem será classificada como sub-penetrada, adequadamente penetrada ou super-penetrada. Por corolário, a incidência refere-se ao trajeto que o raio fará ao ultrapassar a área avaliada até atingir o filme, sendo os mais comuns: Ântero-Posterior (AP), o raio penetra na região anterior e o filme é posicionado posteriomente; Póstero-Anterior (PA), o raio penetra pela região posterior do corpo e o filme é posicionado anteriormente; Perfil, o raio penetra lateralmente e o filme é posicionado no lado oposto; Oblíqua, o raio penetra lateralmente o corpo em uma angulação aguda; Axial, o raio penetra o corpo anteriormente ou posteriormente em uma angulação aguda; dentre outras.

FIGURA 2: RAIO-X DE PULMÃO EM DIVERSOS GRAUS DE EXPOSIÇÃO


                                     Imagem sub-penetrada  Adequadamente penetrada   Super-penetrada.

FONTE: do autor (Direitos autorais reservados)

REFERÊNCIAS:

1. Juhl, J.H. e Crummy, A.B. Interpretação radiológica. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 1996.
2. Educação, Conselho Nacional de. Resolução Nº 04. s.l. : Artigo 5º, VI.
3. Mello Júnior, Carlos Fernando de. Radiologia Básica. Rio de Janeiro : Revinter, 2010.



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