sábado, 1 de março de 2014

CRITÉRIOS DE ESCOLHA DA CINESIOTERAPIA PARA O TRATAMENTO DE PACIENTES NEUROLÓGICOS.

A seleção do método mais adequado de cinesioterapia para o tratamento de pacientes neurológicos, é um tema de relevância ímpar para a fisioterapia contemporânea. Esta discussão guarda seu valor pelo fato de que uma boa escolha terapêutica pode fazer a diferença na reabilitação de alguém vítima de alguma doença, sobretudo neurológica.
Escolher o tipo adequado da cinesioterapia neurofuncional não consiste apenas em eleger as técnicas corretas ou o método “mais moderno” de tratamento, e sim, em saber o momento certo de aplicar cada técnica, de modificar os paradigmas da terapia e, finalmente, ser capaz de projetar a alta do tratamento. Este último critério exige que o fisioterapeuta tenha, de maneira muito sólida em seus conhecimentos, os critérios neurofisiológicos, clínicos e funcionais os quais a doença tratada exige, bem como, o bom senso profissional.
São inúmeros os modelos adotados pela fisioterapia para se eleger o tratamento adequado: o empirismo, o ecletismo, a cronologia da doença, a fisiopatologia, o critério clínico, a neuroplasticidade, dentre outros.
O primeiro deles é o empirismo, que consiste em escolher a terapia por meio da intuição. Esta forma de eleição fora utilizada nos primórdios da fisioterapia, quando a profissão ainda não guardava os rigores científicos que hoje se exige. A sorte e a experiência de repetidas tentativas com erros e acertos, norteavam aqueles profissionais. Curioso é que hoje, ainda se encontra fisioterapeutas que, por diversos motivos não científicos, adotam este critério para suas escolhas terapêuticas: Para o paciente pequeno, eu uso tal método, para o pesado eu uso outro, etc... tudo vai depender do momento, pois cada paciente é diferente...”

O ecletismo é outra escola que muito influenciou e, espantosamente, influencia a fisioterapia ainda hoje. O modelo consiste em pegar um pouco de cada ideia e fazer uma miscelânea, que satisfaça o máximo de situações possíveis. O problema é que muitas vezes, a falta de destreza ou mesmo de conhecimento técnico a respeito dos métodos terapêuticos, são as razões ocultas da escolha generalista. Infelizmente, muitos fisioterapeutas não conhecem ou dominam os métodos individualmente (Kabat, Bobath, Rood, Reaprendizagem Motora, Frenkel, dentre outros) e preferem fazer uma mistura de intervenções, que pode não apresentar o resultado mais adequado à recuperação do paciente, justamente por não conter os requisitos terapêuticos específicos a cada caso.
Os critérios cronológicos, surgidos por volta dos anos 50, consistem em propor objetivos e condutas específicos para cada momento da doença: na fase aguda, por exemplo, utiliza-se de técnicas para reabilitação dos sistemas básicos, funções cognitivas e prevenção de complicações; na fase sub-aguda, busca-se dar uma ênfase aos exercícios terapêuticos e ao treino funcional; e finalmente, na fase crônica, à reabilitação das habilidades de independência, à alta provisória com as revisões periódicas e à alta definitiva. Este é um critério excelente, pois possibilita ao profissional fazer uma projeção de seu tratamento. Contudo, não é suficiente, pois suas propostas terapêuticas são muito genéricas e o modelo carece de fundamentação teórica complementada por outros parâmetros.
Os critérios clínico e fisiopatológicos envolvem a relação entre a anátomofisiologia da doença e as teorias de controle motor. Dentre as teorias destacam-se basicamente as: neuromusculares, neuroevolutivas e, mais recentemente, neurocognitivas. A grande questão destes critérios é que alguns profissionais se especializam tanto em certas teorias, que tratam qualquer paciente com aquela de seu domínio, desprezando as demais, e muitas vezes, a escolha não é a mais adequada para uma determinada situação. Outro problema que surge é o embate entre os modelos, que por sua própria natureza, deveriam ser congruentes, no entanto, as propostas podem se contradizer, subtraindo a credibilidade da escolha. O que pode acontecer de mais grave é o fato de alguns fisioterapeutas terem o domínio técnico dos exercícios e não das teorias que lhes dão suporte. Dessa forma, não são capazes de correlacionarem as teorias do controle motor ou os aspectos clínicos e neurofisiológicos, aos métodos cinesioterapeuticos mais adequados, caindo novamente no subjetivo empirismo ou no genérico ecletismo, retornando, consequentemente, à idade da pedra da fisioterapia neurofuncional.

Por fim, a neuroplasticidade surge como um pacificador dos conflitos há pouco retratado, pois oferece uma base sólida para a escolha criteriosa dos métodos cinesioterapeuticos. Porém, por se tratar de um estudo muito recente com uma constante ebulição de descobertas, deve se ter certas reservas à adoção deste modelo como único critério para escolha cinesioterapeutica. Entretanto, o futuro está com o horizonte aberto para este paradigma que a cada dia ganha mais espaço na CIÊNCIA FISIOTERAPIA.


GLEIDSON FRANCIEL RIBEIRO DE MEDEIROS: Fisioterapeuta especialista em avaliação cinético funcional, fisioterapeuta do Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL/UFRN, Fisioterapeuta do Centro de Reabilitação Adulto – CRA, Preceptor da Residência Multiprofissional em Saúde do HUOL/UFRN, autor dos livros: GUIA ILUSTRADO DE CINESIOTERAPIA NEUROLÓGICA BÁSICA, CINESIOTERAPIA NEUROLÓGICA CLÁSSICA ESQUEMATIZADA, Aluno do curso de Direito da UFRN.



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