Por ordem de Zeus, Hefesto moldou em
barro uma adorável moça, Atena lhe ensinou as artes da tecelagem, Afrodite a
embelezou, e Hermes lhe deu "uma mente despudorada e uma natureza
enganosa". As Cárites e as Horas a adornaram, Zeus lhe deu uma caixa a
qual jamais deveria ser aberta e por fim Hermes lhe deu a voz e um nome:
Pandora, porque "todos os que habitam o Olimpo lhe deram presentes".
Então, Hermes a levou para Epimeteu, que a recebe por esposa, contrariando os
conselhos de seu irmão Prometeu.
Estando com seu marido, e movidos por uma irresistível curiosidade, Pandora abriu sua caixa. Então, dons e pragas incontáveis que lá haviam aprisionadas foram libertadas para o mundo: trabalhos, doenças e toda a sorte de sentimentos bons e ruins que passaram a temperar a vida humana desde então.
Estando com seu marido, e movidos por uma irresistível curiosidade, Pandora abriu sua caixa. Então, dons e pragas incontáveis que lá haviam aprisionadas foram libertadas para o mundo: trabalhos, doenças e toda a sorte de sentimentos bons e ruins que passaram a temperar a vida humana desde então.
Este relato ilustra a explicação dos gregos antigos sobre a origem da consciência humana. Mas, a busca por entender nossa razão, e por corolário, nossa própria existência enquanto seres humanos, como afirma René Descartes “Penso logo existo”, não se ateve a essa simbólica explicação, evoluiu ao longo da história com diversas versões: Os judeus, por exemplo, atribuíam os pensamentos do homem não a um objeto externo (caixa de dons), mas a um órgão do próprio corpo humano (os rins), ou seja, o homem era dono de sua razão, consequentemente, de suas atitudes. Os cristãos antigos transferiram esta função para outro órgão (o coração), afirmando que os pensamentos e sentimentos advinham da mesma fonte. (felizes os puros de coração). Finalmente, na idade moderna, coube definitivamente ao cérebro estas responsabilidades.
A partir daí, descobrir
como o cérebro funciona, se organiza, se recupera e se adapta, tornou-se uma incitação
perene para a ciência e a esta, associou-se o desafio de reabilitar pessoas,
outrora marcadas pelas trágicas doenças neurológicas.
A cinesioterapia passou a ser uma das ferramentas que a reabilitação dispunha para realizar tal feito, e
sua evolução vem acompanhando o frenético avançar do pensamento humano sobre
este intrigante tema (O Cérebro).
Didaticamente pode-se
dividir os estudos da cinesioterapia neurológica em quatro fases, sendo as três primeiras correspondentes à cinesioterapia neurológica clássica e a última, à moderna.
A primeira, foi a
fase técnica, quando desenvolveram-se processos terapêuticos isolados para
diversas situações patológicas: técnicas de facilitação do movimento, de
estimulação da contração, de inibição dos reflexos indesejados e de reeducação
das tarefas.
Posteriormente,
associaram-se a estes conhecimentos: a neurofisiologia, a
neuroplasticidade, as teorias do controle motor, desenvolvimento motor e
aprendizagem motora, caracterizando as duas fases seguintes: a segunda fase ou
neuromuscular, com o surgimento de métodos baseados nas teorias do controle
motor reflexa e hierárquico-reflexa, como por exemplo a Facilitação
Neuromuscular Proprioceptiva; e a terceira fase ou neuroevolutiva, que se
baseou nas teorias hierárquicas e maturacionais, destacando-se os métodos Rood,
Vojta, Bobath, Doman Delacato, Johnstone, dentre muitos outros.
No final do século XX
e início do atual, houve uma profunda mudança de paradigmas nos estudos em
reabilitação neurológica. Novos mecanismos de neuroplasticidade foram
descobertos e uma maior importância foi atribuída às funções cognitivas no
processo de reabilitação. Surge, então, a quarta fase da cinesioterapia com os
métodos de reaprendizagem motora.
Esta nova era da reabilitação neurológica continua em franca evolução e já se pode (didaticamente) subclassificá-la em: Reaprendizagem motora com métodos de realidade concreta, como por exemplo: os programas de reaprendizagem motora para o hemiplégico de Janet Carr e Roberta Sherpherd e as terapias de contensão induzida. Reaprendizagem motora com métodos de realidade abstrata (realidade cuja essência é extraída do concreto e criada pelo cognitivo): terapia de neurônio espelho, imagética motora, dentre outras. E mais recentemente, a reaprendizagem motora com métodos de realidade virtual (na qual a abstração vai além do cognoscível para a construção de uma consciência alternativa em um mundo igualmente alternativo ou virtual), por exemplo a game terapia, as neuropróteses, etc.
Esta nova era da reabilitação neurológica continua em franca evolução e já se pode (didaticamente) subclassificá-la em: Reaprendizagem motora com métodos de realidade concreta, como por exemplo: os programas de reaprendizagem motora para o hemiplégico de Janet Carr e Roberta Sherpherd e as terapias de contensão induzida. Reaprendizagem motora com métodos de realidade abstrata (realidade cuja essência é extraída do concreto e criada pelo cognitivo): terapia de neurônio espelho, imagética motora, dentre outras. E mais recentemente, a reaprendizagem motora com métodos de realidade virtual (na qual a abstração vai além do cognoscível para a construção de uma consciência alternativa em um mundo igualmente alternativo ou virtual), por exemplo a game terapia, as neuropróteses, etc.
Os avanços são
constantes e cada vez mais promissores para aqueles a quem estes estudos se
destinam, contudo, ainda temos muito a descobrir e retirar dessa emblemática caixa de pandora.
DR. GLEIDSON MEDEIROS.
Fisioterapeuta Especialista em Avaliação Cinético-funcional pela UFRN;
Atualização em Terapia Intensiva pela ASSOBRAFI; Fisioterapeuta do Centro de
Reabilitação Infantil SESAP/RN; Fisioterapeuta do Hospital Universitário Onofre
Lopes UFRN; Preceptor da Residência Integrada Multiprofissional em Terapia
Intensiva HUOL/UFRN; Autor dos livros: Cinesioterapia Neurológica Clássica
Esquematizada e Interpretação Neurofuncional de Exames Radiológicos; Aluno do
curso de Direito UFRN.
COMPLEMENTE O ESTUDO DESTE TEXTO COM OS LIVROS ABAIXO:
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