Heinrich
Sebastian Frenkel (1869-1931) foi um neurologista suíço. Em 1887, avaliando
seus pacientes, observou que um deles, com ataxia sensitiva, não conseguia
realizar o teste de index-nariz. O paciente perguntou o que significava aquele
exame, então foi informado que ele não havia passado no teste.
Alguns meses
depois, em um novo exame, o paciente mostrou muita habilidade na coordenação
dos movimentos. O Dr. Frenkel ficou impressionado com a evolução, que
contradizia o que se pensava sobre o tratamento da ataxia na época. Perguntou,
então ao paciente o que havia ocorrido, e este disse que queria passar no
teste, e que por isso havia treinado bastante o referido movimento.
A partir de
então, o Dr. Frenkel passou a estudar a prática de exercícios na ataxia
sensitiva e publicou seus trabalhos e um livro. Nesta obra, ele descreveu que
“a visão é um grande aliado no tratamento”, além da atenção, precisão e
repetição dos exercícios. Afirmava, pois, que a melhor maneira de realizar os
exercícios é fazê-los por três minutos. Em seguida, o paciente deveria fazer
algo totalmente diferente e não relacionado com os exercícios em questão (como,
por exemplo, ler um livro ou conversar sobre assunto diverso), por um período
de aproximadamente quinze minutos. Em seguida, o paciente retornaria aos
exercícios por mais três minutos, quando então, ele terá percebido melhora em
sua habilidade comparando-se com a prática anterior. Este modelo era defendido
por Frenkel pois ele acreditava que o intervalo de 15 minutos era suficiente
para a formação de novas pontes neurais (engramas). Orientava que as sessões fossem
realizadas diariamente, por pelo menos seis semanas.
Frenkel
observou ainda que os pacientes deveriam estar livres de opiáceos e de álcool
para alcançar o foco de atenção necessária.
O fato de
Frenkel ser judeu fez com que muito de sua obra tivesse sido suprimida pelo
regime nazistae perdida, restando somente alguns artigos esparsos na literatura.
Atualmente o
método de Frenkel é recomendado para tratar qualquer tipo de ataxia, tendo como
objetivo inicial estabelecer o controle voluntário do movimento por meio do uso
de qualquer parte do mecanismo sensorial que tenha permanecido intacto,
paralelamente a visão, audição e tato, para compensar a perda da sensação
cinestésica e com o objetivo final de estabelecer o controle do movimento, de
tal modo que o paciente seja capaz e confie em sua habilidade de praticar
atividades essenciais para independência na vida diária.
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